terça-feira, 9 de novembro de 2010

O vidro quebrado

Excetuando-se o tal jargão do choque, as iniciativas disciplinares do reordenamento urbano em um mínimo padrão de civilidade, o Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, já tem a adesão do empresariado e simpatia da população carioca. O artigo escrito por um dos sócios dos Hoteis Marina, Carlos Werneck, para o jornal O Globo nesta data de 12/06/2009 chega na hora certa. Tomando emprestado o modelo disciplinar resultado de política de combate à criminalidade e à desordem da cidade de Nova Yorque iniciada na década de 80 e seguida com tenacidade pelo prefeito Rudolph Giuliani, à época.

Em citação baseada no livro do americano Malcolm Gladwell em o Ponto da virada, Carlos Werneck escreve 'que não é preciso resolver grandes problemas para encontrar a solução para a criminalidade. Pode-se prevenir a ocorrência de delitos começando pelo básico: limpando a sujeira e enfrentando pequenas irregularidades.'

Ocorre que o ataque persistente contra à desordem urbana não deve nem pode ater-se ao visível das grandes avenidas de passagens. Necessário será corrigir o comportamento da população, não somente nas vielas das favelas e bairros pobres, mas incluir no cardápio ruas de todos os bairros, as ruas mais escondidas, as menos expostas à visão do projeto de recuperação da civilidade entre os habitantes da Cidade do Rio de Janeiro.

O outro lado

A fiscalização antes de agir punitivamente precisa trabalhar - e é para ser assim - na forma de agente educador. Orientando e instruindo o morador. Lembremo-nos de que a fome de arrecadação municipal tem sido bem demonstrada e os habitantes sabem até a época exata em que o estômago dos cofres municipais começam a se retorcer de fome de recursos. Historicamente as posturas municipais se revelam apenas com este objetivo arrecadatório tendo como trampolim a burocracia dos formulários e determinações unilaterais. Cada formulário e papelzinho carimbado pela Prefeitura, segue uma taxa meramente arrecadatória que provoca terror nos munícipes extorquidos. Por este histórico a população tende a desacreditar em iniciativas saneadoras. Oportunamente, surge uma oposição eternamente posicionada pela defesa de seus feudos contrariados a insuflar os munícipes contra tudo e qualquer providência.

Junte-se a esta receita macabra, o loteamento das Pastas municipais. A quem o feudo pertence? Qual é o deputado federal, estadual e vereador que têm influência direta? Situação esdrúxula cuja prática torna os representantes do povo em 'o cara que manda' e que aponta diretamente para a fragilidade das melhores intenções de um Prefeito, seja qual for o nome, o Município e não apenas um caso isolado para o Rio de Janeiro. Se o Prefeito Eduardo Paes, tiver êxito em barrar a tal da politização e investir no treinamento dos funcionários públicos municipais, aí teremos a população motivada para cumprir com o que lhe cabe, que é pagar, obedecer e cobrar. Antes, teremos o corpo funcional preparado para exercer sua função de zelador da população de munícipes.

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